"Se a mão livre do negro tocar na argila
O que é que vai nascer?
Vai nascer pote pra gente beber
Nasce panela pra gente comer
Nasce vasilha, nasce parede
Nasce estatuinha bonita de se ver
Se a mão livre do negro tocar na onça
O que é que vai nascer?
Vai nascer pele pra cobrir nossas vergonhas
Nasce tapete pra cobrir o nosso chão
Nasce caminha pra se ter nossa ialê
E atabaque pra se ter onde bater
Se a mão livre do negro tocar na palmeira
O que é que vai nascer?
Nasce choupana pra gente morar
E nasce rede pra gente se embalar
Nasce as esteiras pra gente deitar
Nasce os abanos pra gente abanar".
Cinto de couro com aplicações de búzios, madrepérolas e contas de madeira.
A peça teatral "Arena conta Zumbi", de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarniere, encenada pela primeira vez em maio de 1965, foi um marco na história do teatro brasileiro e na música popular brasileira.
A peça nasceu no ínício do período do regime da ditadura militar (1964-1985) e usou a história da escravidão no Brasil para denunciá-la, mas, também, para denunciar a história mais recente, o que estava acontecendo no País naquela época.