Há vários anos atrás, Paul Simon e Art Garfunkel
nos encantaram com uma canção de um menino
pobre que foi para Nova Iorque em sonho e caiu
vítima da vida cruel da cidade.
Sem dinheiro, tendo apenas estranhos como amigos,
ele passava os dias "escondido, procurando os
lugares mais pobres onde os mendigos vão,
buscando pontos que só eles conhecem ".
É fácil imaginar esse jovenzinho de rosto sujo
e roupas velhas, procurando trabalho e não
encontrando.
Ele se arrasta pelas calçadas, lutando contra o frio
e sonhando em ir para algum lugar
"onde os invernos da cidade de Nova Iorque
não me façam sangrar, levando-me para casa".
O garoto pensa em desistir.
Em voltar para sua cidade.
Desistir — algo que nunca pensou que pudesse
fazer.
Mas no momento em que pega a toalha para
atirá-la ao ringue, encontra um boxeador.
Lembra-se destas palavras?
No espaço vazio se acha um lutador profissional
levando com ele cada golpe que que o cortou até
que gritasse de ira e vergonha –
"Vou embora, vou embora!" mas o lutador
permanece mesmo assim.
"O lutador permanece.
" Existe algo magnético nessa frase.
Ela soa autêntica.
Os que permanecem como o lutador
são uma espécie rara.
Não quero dizer necessariamente vencer,
mas apenas permanecer.
Ficar agarrado ali.
Terminar.
Não ir embora até que seja feito.
Mas infelizmente muitos poucos de nós fazem isso.
Nossa tendência humana é desistir cedo demais.
Nossa inclinação é parar antes de cruzar a
linha de chegada.
Nossa incapacidade de terminar o que começamos
é vista nas menores coisas:
Um jardim com metade da grama cortada.
Um livro lido pela metade.
Cartas começadas, mas inacabadas.
Um regime posto de lado.
Um carro sobre cavaletes.
Ou se mostra nos pontos penosos da vida:
Uma criança abandonada.
Uma fé vacilante.
A pessoa que muda sempre de emprego.
Um casamento falido.
Um mundo não evangelizado.
Estou tocando em algumas feridas abertas?
Há qualquer possibilidade de estar me dirigindo
a alguém que esteja considerando desistir?
Se estou, quero encorajar você a permanecer.
Quero encorajá-lo a lembrar a determinação
de Jesus na cruz.
Jesus não desistiu.
Não pense, porém, nem por um minuto,
que não foi tentado a fazê-lo.
Observe como ele estremece ao ouvir
seus apóstolos caluniarem e discutirem.
Olhe para ele quando chora junto ao túmulo de Lázaro
ou quando se lamenta ao agarrar-se ao solo
de Getsêmani.
Ele jamais quis desistir?
Claro que sim!
Essa a razão pela qual suas palavras são
tão esplêndidas. "Está consumado."
Pare e ouça.
Você pode imaginar o grito da cruz?
O céu está escuro.
As outras duas vítimas gemem.
As bocas zombeteiras se calaram.
Talvez haja trovões.
Talvez choro.
Talvez silêncio.
Jesus inala então profundamente, empurra os pés
sobre o prego romano e grita:
"Está consumado!"
O que estava consumado?
O plano da redenção do homem,
longo como a história, estava consumado.
A mensagem de Deus para o homem havia terminado.
As palavras de Jesus como homem na terra não
mais se repetiriam.
A tarefa de escolher e treinar embaixadores terminara.
O trabalho estava terminado.
A canção fora cantada.
O sangue derramado.
O sacrifício feito.
O aguilhão da morte fora removido.
Tudo acabara.
Um grito de derrota?
Dificilmente.
Se as suas mãos não tivessem sido pregadas,
ouso dizer que um punho triunfante teria sido
levantado para o céu escuro.
Não, não foi um grito de desespero.
Mas de realização.
Um grito de vitória, de cumprimento.
Também um grito de alívio.
O lutador permaneceu.
E agradecemos por tê-lo feito.
Graças a Deus que Ele suportou.
Você está prestes a desistir?
Não faça isso.
Está desanimado como pai?
Fique firme.
Está cansado de fazer o bem?
Faça apenas um pouco mais.
Está pessimista em relação a seu emprego?
Arregace as mangas e persevere.
Não existe comunicação em seu casamento?
Dê-lhe mais uma injeção.
Não consegue resistir às tentações.
Aceite o perdão de Deus e continue em frente.
Seu dia está cheio de tristeza e desapontamentos?
Seus amanhãs estão-se transformando em "nuncas"?
A esperança é uma palavra esquecida?
Lembre-se, quem persevera não é aquele que não
apresenta ferimentos nem está cansado.
Pelo contrário, ele, como o lutador de boxe,
está cheio de cicatrizes e sangrando.
Estas palavras foram atribuídas a Madre Teresa:
"Deus não nos chamou para ser bem-sucedidos,
mas fiéis."
O lutador, como nosso Mestre, foi traspassado
e está cheio de dores.
Ele, como Paulo, pode ter sido até algemado
e açoitado.
Mas permanece, persevera.
A Terra Prometida, diz Jesus,
aguarda os que perseveram.
Ela não é apenas para aqueles que alcançam
a vitória ou bebem champanhe.
Não, de modo algum.
A Terra Prometida é para aqueles
que simplesmente permanecem até o fim.
Vamos perseverar.
Ouçam este coro de versículos destinados a
dar-nos poder para manter-nos firmes:
Meus irmãos, tende por motivo de toda a alegria o
passardes por várias provações, sabendo que a
provação da vossa fé, uma vez confirmada,
produz perseverança.
Por isso restabelecei as mãos descaídas e os
joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos
para os vossos pés, para que não se extravie
o que é manco, antes seja curado.'
E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.'
Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual
o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia;
e não somente a mim, mas também a todos quantos
amam a sua vinda.'
Bem-aventurado o homem que suporta com
perseverança a provação; porque, depois de ter
sido aprovado, receberá a coroa da vida,
a qual o Senhor prometeu aos que o amam.'
Obrigado, Paul Simon.
Obrigado, apóstolo Paulo.
Obrigado, apóstolo Tiago.
Mas, obrigado mais que tudo ao Senhor Jesus,
por nos ensinar a perseverar,
a nos manter firmes e, no final, a terminar.
Max Lucado