Fiquei imensamente feliz e emocionada, ao ver a reportagem sobre o Ricardo, na TV.
Ricardo nasceu com uma doença neurológica(amiotrofia espinhal) que atrofia a medula espinhal e causa fraqueza nos músculos. Ele é filho de agricultores que plantam arroz, milho e feijão para comer. Na infância, a deficiência impediu que ele fosse à escola, mas o menino não perdeu a vontade de estudar. Ricardo foi alfabetizado em casa, pela mãe. Dona Francisca da Conceição, que só cursou até a sexta série, ensinou o pouco do que sabia ao filho. É na zona rural de Várzea Alegre, no interior do Ceará, que mora o estudante medalha de ouro em matemática. A vida sempre tem um lado bom e um lado ruim. Mas, se você ficar só pensando no lado ruim, não chega a lugar nenhum", afirma ele. Da porta de casa para fora, a vida do Ricardo se torna bem mais difícil. Se nas grandes cidades os obstáculos estão nas construções, nem sempre planejadas para deficientes, na zona rural, onde ele mora, o problema é a total falta de infra-estrutura. A única estrada é de barro e cheia de buracos e a cadeira de rodas não passa por ela. O jeito foi o pai, Joaquim, improvisar um "carrinho de mão" para transportar o filho. Mesmo com todas as dificuldades, ele conseguiu participar duas vezes da Olimpíada Nacional de Matemática e trazer duas medalhas de ouro. A última foi entregue na terça-feira, no Rio de Janeiro. Para Ricardo, o momento mais emocionante da premiação foi quando ele foi aplaudido de pé por todas as pessoas presentes na cerimônia. “Foi uma emoção tão grande, que eu só tinha vontade de chorar", recorda emocionado. O jovem do sertão acumula medalhas e certificados. Além da matemática, ele também foi ouro nas Olimpíadas de Astronomia e Astronáutica. Por causa do bom desempenho nos estudos, Ricardo já tem computador em casa, que vai ajudar no seu sonho de se tornar um professor. Falta agora chegar a internet à zona rural de Várzea Alegre. Mas, para quem esperou 17 anos para ir à escola, o tempo parece não ser problema. "A gente tem que começar sempre devagar e superar os obstáculos um a um para poder chegar longe", ensina o campeão da vida.
Reportagem completa: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1674336-4005,00.html
Quando passei pela doença que já comentei aqui (tumor no cérebro), pude sentir o que é o preconceito quando se está com um problema físico - o tumor estava numa região que comprometia a parte psicomotora. Dizia muito às pessoas (anjos de Deus) que me ajudaram (e como!), que eu estava com problema físico, e não mental, e acabávamos rindo, porque elas se davam conta de que estavam mesmo pensando assim. A tendência da grande maioria é exatamente esta, ao se depararem com uma pessoa com deficiência. É preciso que não se foque na deficiência. Ninguém é perfeito. O que seria do "mundo" se ele fosse visto somente "dos defeitos" que todos temos?
Enfim, depois da cirurgia (que vai fazer 4 anos), quando me vi em condições, fui fazer especialização em Educação Especial, e estou terminando meu artigo sobre Preconceito; porque senti na pele o que tantos sentem todos os dias...
Na especialização pude ver claramente a importância da INCLUSÃO começar em casa, com a família. E foi isto que vi nesta família. Todos participam ativamente da integração e consequente inclusão do Ricardo. Nem consigo expressar tudo o que sinto em relação a isto. Chorei, aplaudi e fiquei muito feliz. Parabéns Ricardo!!! Parabéns Família do Ricardo!!!! Mãe maravilhosa!!!
(Lembrei da Odele, mãe da Flávia (http://www.flaviavivendoemcoma.blogspot.com/ ) que é outra Mãe que admiro muito, muito mesmo).
Glória a Deus pela vitória do Ricardo. Glória a Deus por estar escrevendo. Se não fosse pela misericórdia de Deus, eu não estaria aqui.
Tenham uma ótima semana. Agradeçam a Deus pela vida, porque ELE é MARAVILHOSO.
Abracinhos
Sue